Os shows que acontecem neste sábado (21) na Festa do Peão de Barretos atraem um público avesso aos rodeios. Entre as apresentações desta noite, estão a cantora Mariah Carey e a banda de “roqueiros coloridos” Restart. O presidente do grupo “Os Independentes”, Marcos Murta, diz que a ideia é mesmo conquistar públicos diferentes. “Com certeza um fã de Mariah Carey não viria ao rodeio. Mas vindo, e conhecendo, talvez ele volte no ano que vem”, acredita.
O agente administrativo André Oliveira, de 35 anos, confessa que só veio do Rio de Janeiro até Barretos por causa de Mariah. E que não viria só para assistir ao rodeio. “Toca muito sertanejo, que não é uma música que eu goste muito”, explica. Ele explica o sacrifício de viajar 12 horas para ver a cantora. “Ela é inspiração, as letras te colocam para cima.”
O ator Murilo Gaulês, de 23 anos, veio à Festa do Peão com o namorado Jorge Dias, de 22 anos. Os dois também viajaram de São Paulo exclusivamente para o show da cantora. “Não tem nada que me chame a atenção para vir de tão longe para um rodeio. Não tenho nada contra, mas também nada a favor”, diz Gaulês. “É uma cultura diferente, não viria só para ver o rodeio, não”, completa Dias.
O professor Fernando Lhorenzzo se diz grato à
Festa do Peão por causa do show de Mariah
Carey (Foto: Luciana Bonadio/G1)
Já a turismóloga Karen Cristina Pereira, de 30 anos, é contra os rodeios. “Eu sou totalmente contra, eu só vim por causa da Mariah mesmo”, afirmou. Apesar de também não ser adepto do estilo country, o professor Fernando Lhorenzzo, de 33 anos, ponderou. “Somos eternamente gratos a Barretos por trazer a Mariah, isso já faz a diferença. E voltaria porque a estrutura do Parque do Peão é maravilhosa”, disse.
Mariah Carey é a principal atração desta edição da festa. Ela sobe ao palco com a turnê de seu álbum mais recente, "Memoirs of an imperfect angel".
Fãs de Restart
Ao olhar a programação da festa, uma presença que não tem muito a ver com o mundo dos rodeios: a banda Restart. Eles até inventaram um novo estilo musical para defini-los: o Happy Rock, que quer dizer rock feliz. As calças dos integrantes da banda Restart são supercoloridas, cada uma de uma cor: verde-limão, roxo, vermelha ou laranja.
No palco onde acontecerá o show, até a passagem do som – que é feita por integrantes da equipe da banda – era recheada de gritinhos das adolescentes. Vestidas com roupas coloridas, lógico, elas usavam faixas na cabeça e aguardavam ansiosas a entrada dos ídolos. A estudante Isabela Ventrilho, de 12 anos, veio só para ver os músicos e aprova a iniciativa dos organizadores. “É bom porque atende a todos os gostos”, comentou.
A adolescente Natália de Carvalho Rodrigues, de 12 anos, conta que tem pôsteres da banda espalhados por todo o quarto – ela criou um fã-clube do grupo. Moradora de Barretos, ela afirma que veio só por causa do Restart. “Eu achei bom porque, normalmente, quem vinha era sertanejo e agora está misturando”, defende.
O estudante João Cabral, de 15 anos, aguardava sozinho o começo da apresentação. “Só vim por causa do show deles. Vim sozinho porque meus amigos acabaram furando”, disse.